Vejam que delicioso texto extraído do livro: Ame e dê Vexame (Roberto Freire)
Páginas 73 a 75
O amor não pode ser uma condenação perpétua, embora eu não descarte a possibilidade e o direito de que algumas pessoas o vivam assim, não como condenação, mas sendo esse tipo de amor um fato ecológico possível. O que não consigo entender é o amor exclusivo e perpétuo ser uma vantagem em relação às outras formas possíveis de amor.
Mas, como resolver a seguinte questão, questão, que se abre nessa circustâncias: a possibilidade e o direito ao amor e à liberdade simultaneamentre?
Não conheço outra coisa para responder a não ser com aquilo que é visível nos outros animais e faz parte também, creio, da natureza do homem: a lucidade. Lucidade siginifica a capacidade de brincar e de jogar. E quem ama precisa saber brincar e jogar, para não cair nos jogos e brinquedos autoritários das pessoas que não são lúdicas e devem ganhar sempre, nem que para isso tenham de mudar as regras do jogo, roubar no jogo, destruir o jogo os próprios parceiros.
Só existe uma única regra na lucidade que herdamos de nossa infânca: a criatividade. Aliam-se sempre à criatividade outros fenômenos secundáriosa espontaneidade, o talento, a capacidade de luta e a ética. Mas o que é a criatividade no amor? É simplesmente poder dispor de todos s nossos potenciais humanos liberados, estar o mais próximo possível de nossa orginalidade única e vivermos ato-regulados, quer dzer, livre. Então, usar criatividade no amor e até em competições a relaçãoamorosa, para mim, sigifica apenas ter e exercer poder de sedução.
Estou usando a palava sedução no sentido positivo, fazer-se agradar e tornar-se irresitível, através de atributos próprios, verdadeiros e sinceros e comunicados de maneira espontânea, sem outro objetivo que não ser admirados e amados pelo que somos mesmo. Assim, em qualquer tipo de competição amorosa, acredito ser legítimo odireito lúdico ao jogo da sedução que , além de poder resolver a questão a nosso favor, é coisa alegre, gostosa e divertida. .............................................................................................................................................................
Mas de uma coisa estou absolutamente seguro: se minha parceira preferir outra pessoa a mim, e isso for realizado através de um jogo sujo, se houver mentira, se ocorrer violência ou traição, vou logo constatar que, em verdade, não estou perdendo nada. A dor que devo estar sentindo é outra, não é do amor. A dor pela perda de alguém que se ama para outra pessoa que joga limpo, que soube exercer o seu poder de sedução, é um tipo de dor perfeitamente suportável e superável, porque é apenas dor de perda, coisa a que temos de os habituar estando sujeitos permanente e impotentemente ao jogo limpo, porque natural, entre a vida e a morte. Porém quando se sabe que o jogo não foi limpo, mesmo aquele entre a vida a morte (perda de alguém que se ama por acidente ou crime), é algo quase insuportável e, às vezes, insuperável
Palavra da Salvação!
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