Boston. Especialistas em segurança descobriram a maior série de ciberataques já realizada, que envolveu infiltração nas redes de 72 organizações, entre as quais a Organização das Nações Unidas, governos e empresas de todo o mundo. A dimensão da campanha dos hackers foi descoberta em março deste ano.
A companhia de segurança na computação McAfee, que descobriu as invasões, afirmou acreditar que existe um "protagonista estatal" por trás dos ataques, mas não identificou o país, ainda que um especialista em segurança informado sobre o caso tenha afirmado que os indícios apontam para a China.
A longa lista de vítimas dos cinco anos de ataque inclui os governos dos Estados Unidos, Taiwan, Coreia do Sul, Vietnã e Canadá; a Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean); o Comitê Olímpico Internacional (COI); a Agência Mundial Antidoping; e diversas companhias, de fabricantes de material bélico a grupos de alta tecnologia.
No caso da ONU, os hackers invadiram o sistema de computação de seu secretariado em Genebra, em 2008, e operaram em silêncio na rede durante dois anos, obtendo discretamente grande volume de dados sigilosos, de acordo com a McAfee.
"Até mesmo nós nos surpreendemos com a enorme diversidade de vítimas e nos espantamos com a audácia dos responsáveis", escreveu Dmitri Alperovitch, vice-presidente de pesquisa de ameaças da McAfee, em um relatório de 14 páginas divulgado ontem.
"O que está acontecendo com todos esses dados é ainda, em larga medida, uma questão em aberto. No entanto, se apenas uma fração deles vier a ser usada para criar produtos concorrentes melhores ou derrotar um rival em uma negociação importante (por roubo dos planos do concorrente), a perda de dados representa imensa ameaça econômica", afirmou.
Invadidos
72 organizações, entre as quais as Nações Unidas, governos e empresas de todo o mundo sofreram invasões de piratas virtuais, segundo a McAfee.
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