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domingo, 10 de julho de 2011

Diana, a Eliminadora de Palavras

         Uma tarde muito azeda! Hic!
         Shopping Benfica! Praça da Alimentação!
         - Boa tarde, Joaquim Afonso Albuquerque de Vasconcelos!!!
         - Sinto o cheiro de enxofre no ar, quando você me chama assim!
         - Esqueceu o ranger de dentes!
         - Olha, Diana, hoje eu tomei minha cota de overdose, de ódio, desprezo humano, irritação, falta de educação,esquecimento da Lei Maria da Penha misturada com uma boa dose de cinco limões bem azedos, com dois féis estourados e mordi dois caroços de piquis bem novinhos e estou esperando uma sobremesa de tamarindos bem verdinhos!
         - Nossa, meu amor, vocês está me causando inveja, minha solda caústica acabou ainda hoje, e os ácidos estão em falta no mercado!
         - Nossa, que pena! Deve ser muito ruim, está sem esse aperitivos! Guardei um pouquinho do que tomei, darei a você com todo o prazer!
         - Podemos conversar?
         - Espera um pouco! Deixa eu mostrar uma coisa!
         Tira da carteira uma plaquinha e mostra!
         Olá, encrenca!
        - Assim que você trata uma garotinha de 14 anos, indefesa, frágil, inocente...
        - Inocente é o ....
        - Por favor, a decência, discrição, boas maneiras, existem crianças aqui...
         - Crionças! Uns monstrinhos  latentes! Não acha que já nos ofendemos o bastante! Solte o fel!
        - Empresta o lenço, preciso limpar a baba venenosa que está escorrer de minha linda bouquinha carnuda e vermelha e sensual!
        - Vamos lá, que malignidades se passam por essa cabecinha de “anjinho”!
         - Bem, você está cansado de saber da minha preocupação com o mundo e com as pessoas...
        - Está dando uma de Diana Tereza de Calcutá?! Já disse que o mundo parece não ter jeito, criança!
       - Como você disse parece não ter jeito, então é porque deve haver algum jeito!!!
       - Nossa a solda cáustica e os ácidos estão fazendo muita falta a você!
       - Depois eu compro! Olha deve haver um jeito para fazer o mundo ficar bem melhor!
       - Existe sim, criança!
       - Alguém já disse que o mundo seria bem melhor se não existissem duas instituições: A Religião e a Política!
      -Um dos Beatles? Não lembro! Mas que é verdade é!
      - E como se faz para se eliminar com essas duas instituições demoníacas?!
      - Simples, criança, acabe com todas as palavras que existem!
      - Acabar com as palavras???
       - Criança, nada no mundo existe sem as palavras, tudo se cria , tudo se transforma e tudo se transforma devido as palavras! Nada mais do que isso! São com as palavras que se declaram as guerras, são com as palavras que se falsificam cheques, dinheiros, notas fiscais, são com as palavras que mandam milhares de marines invadirem um país, são com as palavras que se mandam assassinar uma pessoa, são com as palavras que se salvam uma pessoa ao receitar um remédio eficaz, são com as palavras que se amarram dois bobos num casamento e por aí vai, criança!
       - É verdade, as palavras fazem tudo, sem elas nada pode acontecer! Como eliminá-las?
      - Há! Sou da velha geração X! Você pertence à geração Y! Tem todos os meios de pesquisas ao seu alcance, sabe trabalhar com vários assuntos ao mesmo tempo! Vai na Internet! No Google, no Youtube, pesquise! Crie um programa! Crie um vírus! Você é uma das raras pessoas inteligentes que se encontram por aí! Vai com certeza encontrar a resposta ou a desilusão!
        Agora,com licença preciso ir! “Boa sorte! Eu te desejo de todo o coração”!
        2014 – Três anos depois.
        Os dois nunca se encontraram novamente para terem uma conversa tão saudável causticamente!
        Acontecimentos que nunca se esperavam...
       Livros, revistas, jornais, documentos, pendrives, DVDs, CDs, HDs ou qualquer outro meio de gravação ou de impressão começaram a ficar em branco ou não imprimiam nada, não salvavam nada, as palavras começaram a deixar de existir, ou se apagavam de alguma maneira, não importava se eram gráficas ou sonoras, começaram a sumir, depois as vozes sumiram e suas aplicações, músicas, filmes...
        Sem as palavras, acabaram-se os conflitos, as guerras, as políticas, as religiões,...
        Diana estava feliz em casa!
        Campainha!
        - Boa, tarde Diana!
        - Você fala??!!
        - Claro que sim!
        - Eu acabei com todas as palavras!!!
        - Eu sei, mas eu sou filho das palavras, não morri!
        - Filho das palavras?!
        - Não há tempo para se falar, só temos tempo para agir!
        - Quem é você? É um maldito? Como consegue ter palavras? Eliminei todas!
        - Menos as suas e as do Joaquim Afonso Albuquerque de Vasconcelos!
        - Há! Foi ele que mandou você aqui!
        - Não! Olha não temos tempo, vamos direto ao ponto! Por sua causa o mundo estase esfarrelando, se destruindo, acabando!
        - Um rosário de sinônimos! E daí, ele já estava indo mesmo para o brejo...Agora está muito melhor, sem guerras, sem política, sem religião, sem...
        - Por favor, vamos ao que interessa...
        - Então fale de uma vez, fedelho de uma figa, senão estraga a minha beleza feminina!
       - Tudo, bem! Devido à eliminação de todas as palavras o mundo está um caos, improdutivo, estático como conseqüência, muita coisa boas não está sendo realizada por causa da falta das mesmas...
       - Como assim?
       - Consultas médicas, atendimentos médicos, pesquisas científicas não podem ser feitas, palavras de conforto não podem ser ditas, conselhos, não podem ser dados, amizades não podem se realizar, não há sonhos, não há projetos...
     - Chega, fedelho! O quer que eu faça? Quer que eu volte todas as palavras e que tudo comece de novo, guerras,...
     - Não fedelha! Restabeleça apenas as palavras necessárias para a sobrevivência pacífica e justa!
     - Está bem, farei!
     Amanhã, novo dia!
     - Como vai meu monstrinho das trevas preferido! Soube que teve uma visitinha inesperada!
     - Você o enviou, não foi demônio?!
     - Pelo visto está com um belo estoque de ácido e soldas cáusticas das melhores marcas! Mas se está se referindo ao Fedelho, a resposta é não! Ele foi quem me procurou e me falou do assunto de vocês! Não sei mesmo quem é ele, nem de onde vem, nem para aonde foi, pelo menos sabe o nome dele?
     - Não, estranho, não perguntei!
     - Nem eu!
     - Não interessa, ele conseguiu influenciar você! Bem como vai nosso mundinho agora depois da permissão de certas palavras???!!!
     - Muito bem! Devolvi as palavras, justiça, respeito, moral, ética, honestidade, compaixão, compreensão, entendimento, talento, profissionalismo, atenção, humanidade, fraternidade!
     - Não bastariam só justiça e respeito?
     - Sim, mas outras servem de reforço! Onde se meteu durante esses anos?
     - Hibernei! Só uma curiosidade minha! Por que não me tirou as palavras?!
     - E com quem eu iria brigar, xingar, insultar, ofender, irritar-me com suas ironias?
     - Seria chato, não é mesmo?
     - Seria sonolento, sem brilho!
    - Tedioso! E as palavras proibidas pelas religião?
    - Retornei-as todas!
    - Hum! São de nossa natureza! Mas não da forma como empregadas, creio eu...
    - Claro, sem as vulgaridades, sem as torpezas...
    - Apenas o necessário para a satisfação total...
    - Lógico...
    Nossa vou encerrar essa história fiquei com medo dessas personagens, depois, principalmente, ela salta do papel e me pega de jeito!
    Como se digita...Ha! Já sei: FIM!
    Ufa, consegui!

    Raimundo Adalberto Albuquerque

   

   







    

   







  

    

        







 




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